A morte do Baita
Eu tinha um vizinho
De 2 metros e tra, lá, lá
O danado era tão grande
Que mal conseguia andar,
Pra passar em qualquer porta
Tinha até que se abaixar.
O nome dele eu não me lembro
Pouca gente ali sabia,
O apelido era BAITA
E assim ele atendia,
Se chamasse pelo nome
Acho que ele não ouvia.
O Baita era forte
E um tanto desengonçado,
Por dentro era uma moça
Mas meio complexado,
E pra falar com as meninas
Era todo acanhado.
Mas o Baita tinha um hobby
E gostava vejam só,
De dançar muito animado
Samba valsa e até forró,
Era muito complicado,
Mas a moça tinha dó.
Nada mais emputecia
E deixava ele nervoso,
Que a mulher se recusasse
A dançar com ele gostoso,
Volta e meia acontecia
E ele ficava furioso.
Foi num baile do urano
Onde tudo começou,
Num casacão lindo de pele
O negão se apresentou,
E lá dentro do salão
Todo mundo admirou.
Sentada num banquinho
Uma moça aguardava,
Que a tirasse pra dançar
O rapaz que a paquerava,
De repente era o baita
Quem à sua frente estava.
Ele disse quer dançar
Ela disse não vou não,
Ele então muito valente
Decretou sua prisão,
Se não vai dançar comigo,
Dança com ninguém mais não.
O paquera se chegou
E chamou-a para a pista,
Ela foi muito faceira
E com pinta de artista,
Mas de longe era o baita
Quem a tinha só na vista.
O negão se aproximou
E foi logo ordenando,
Para já o arrasta pé
Porque eu que tô mandando,
Em vez disso o baixinho
Resolveu ficar dançando.
O baita enfurecido
Não pensou nem um pouquinho,
Meteu uma mão na moça
E a outra no baixinho,
Voou um pra cada lado,
Caiu um em cada cantinho.
O baixinho magoado
E ferido até a alma
Foi embora para casa,
Todo mundo pediu calma,
Ele voltou logo depois
Com o três oito na palma.
Chega ai, disse pro baita,
Vamos acertar os ponteiros
E puxou logo o gatilho,
Num tremendo desespero,
E o baita foi pro chão
Com aquele tiro certeiro.
13/11/2012