Parei certa vez na janela do tempo,
Debrucei inzoneiro, revendo o passado.
Me vi menininho com os amigos de infância,
Com bolinhas de gude, pipa, pião;
Cruzando taquinhos, jogando queimada,
Descendo as ruas, rolando pneu,
Brincando de esconde-esconde,
Colando balão, correndo de bobinho,
Jogando peladas,
Vira a 3, acaba a 6,
Rodando ciranda,
Jogando cobra cega,
Pulando Mana Mula, Mana mula!
Estilingue na mão,
Atirando mamonas,
Montando arapucas,
Caçando pardal, sabiá, coleirinha,
Lembrei dos amigos, tantos amigos:
Ziqueira, Cozido, Mané, Tuca, Lumbra, Sérgio,
Dinho, Ney, Tico, Deda, Marcola, Lala, Gil...
E tinha Gordão, quatro-olho, cabeça de melão,
Zoínho, João das tranças, Magrelo...
Nada do "politicamente-correto" de hoje.
Voltei do túnel do tempo até cansado,
Puxa! Que infância!