O Perdigueiro
Minha avó, mineira tranquila de Monte Santo de Minas, cidade pacata, aliás onde eu também nasci*, vivia ali com seus 11 filhos, 6 homens e 5 mulheres.
De repente os filhos começaram a migrar para São Paulo. Um a um foram vindo, até que resolveram trazer vovó também. Ela relutou muito mas acabou aceitando.
Mas vovó tinha um cachorro chamado campeão. Campeão era um perdigueiro muito bonito, que diziam ser o melhor perdigueiro da região.
Vieram para São Paulo e se instalaram no bairro da Lapa, na Vila Ipojuca.
Campeão, coitado, o melhor perdigueiro das Minas gerais, ali, enfurnado numa casinha, terreno pequeno, rodeada de prédios e mansões, sem nenhuma caça, passava os dias deprimido.
Certo dia, meu tio saiu para dar uma volta pelo bairro e levou campeão, para distraí-lo.
De repente, campeão ficou muito alegre, começou a latir e saiu em disparada atrás de um ônibus que passava pela Cerro-Corá.
Meu tio olhou pro ônibus e viu no letreiro: PERDIZES...
É, campeão era mesmo um perdigueiro, o melhor do mundo!04/04/2013* Leiam também: Monte Santo (Minha Terra) - Homenagem à minha Monte Santo.
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Interação do amigo poeta Cleomar Gaspar que me enviou o seguinte comentário:
19/04/13 12:11 - Cleomar Gaspar
Resolvi voltar pois não resisti fazer uma troça:
Me diga meu bom companheiro
Se é verdade o que me dizes
Então o teu cão perdigueiro
Já sabe ler no letreiro
Que está escrito Perdizes?
Abraços
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Resposta da interação:
Caro amigo Cleomar,
Aqui tem pouca ficção,
Feita apenas pra troçar,
Pois só inventei o cão.
Pois é, a história da migração da dona Mariana Cândida da Conceição Arantes (minha avó) e do sr. José Maximiliano Arantes (um dos meus tios), é absolutamente verdadeira. Mas o cão, infelizmente, nunca existiu. Foi apenas pra fazer humor.