Olho pela janela, vejo um dia lindo;
Vejo árvores frondosas, balançando ao vento;
Vejo pássaros nelas, cantando e colhendo alimento para seus filhotes;
Vejo a rua deserta, sem viva alma;
Vejo postes frios, solitários, aguardando o abraço de um transeunte;
Vejo muita coisa, vejo um dia lindo, mas não vejo o inimigo secreto que está lá fora, nos esperando.
Ah, queria poder pintá-lo de verde, do verde olímpico, verde da esperança, ou de amarelo, do amarelo olímpico, amarelo do desespero, ou
de vermelho, do vermelho olímpico, vermelho do amor, ou de azul, do azul olímpico, azul da tranquilidade, ou de preto, do preto olímpico, preto da morte, ou do branco da paz, mas um branco tão forte e vivo que pudéssemos identificá-lo à distância...
E fugir dele como o diabo foge da cruz.